|
![]() | Hoje | 115 |
![]() | Ontem | 111 |
![]() | Semana | 598 |
![]() | Mês | 4266 |
![]() | Total | 825157 |
No palco do mundo a história se faz
Debrucei-me a meditar o Hino da Campanha da Fraternidade 2015 e a imaginação ajudou-me a escrever algumas coisas. Uma das imagens que mais me chamou atenção é a do “palco do mundo, onde a história se faz”. A criatividade poética procura ler a realidade em sua linguagem simbólica, ajudando a entender, de modo transparente, o que a simples análise racional não consegue. Imaginemos o mundo como um grande palco cheio de vida e dinamismo, mas também de contradições.
A primeira estrofe já insinua que neste palco aparecem as cenas mais diversas: cenas de angústias, de vitórias e lidas... Podemos registrar muitas outras como: cenas de heroísmos e covardias, de guerra e de paz, de festa e de violência, de santidade e de perversidade, de escravidão e de liberdade, de fome e de esbanjamento, de saúde e de doenças, de vitórias e derrotas... Incontáveis são as cenas que aparecem no palco do mundo, onde a história se faz.
A lei dos contrastes, que confirma cenas tão diferentes, faz seu ensaio no dia a dia, a partir das contradições que cada ser humano carrega em seu ser e as apresenta ininterruptamente no palco da vida. Na verdade, o palco do mundo muda com rapidez os cenários, as cenas e os atores.
Há cenários com as mais diferentes configuração. Alguns expõem harmonia e beleza, favorecendo o bem estar de quem os contempla. Outros agridem e causam mal estar. Diante destes cenários logo sentimos que não condizem com nossa realidade humana. Há cenários que registram mudanças positivas e favoráveis e outros que teimam em fixações, tolhendo esperanças e criatividade. Há cenários adequados a uma alto nível de dignidade e outros cenários onde as vítimas são forçadas a se acostumar assim, para não morrer.
No palco do mundo, onde a história se faz, há cenas e cenários, mas, neste palco também estão os atores. Estes e estas são de todas as idades, raças, culturas e situações. Muitos são artistas e até modelos de cenas cotidianas de lutas benéficas à família e à comunidade. São tantos os que vão se tornando atores a serviço da vida pelo trabalho incansável, pela dedicação na caridade organizada e por um generoso amor ao próximo como a si mesmos.
Porém, no palco do mundo, onde a história se faz, há atores improvisados que não ensaiam a paz, a dignidade o sentido da vida e já perderam a vergonha de não se apresentarem como deveriam. Estes conseguem bagunçar os cenários, as cenas e o palco também. Mas como o coração não consegue apagar a força do bem, da beleza e da verdade, até as coisas erradas podem nos ensinar a ensaiar o que é certo.
No palco do mundo, onde a história se faz, a Igreja não tem horas especiais para apresentar cenas de humanidade e mostrar cenários de elevada elegância. A Igreja solidária, servidora e missionária precisa entrar junto, no palco do mundo e ajudar os atores a fazer uma história redimida, acolhedora do Reino da verdade, da justiça e do amor, a serviço da vida.