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Gandhi e a possibilidade da paz
Frei Luiz Turra
São inquestionáveis as muitas luzes que vão despontando no horizonte de nossa atualidade. Porém, é também notória a nebulosidade que nos envolve. Somos surpreendidos, com frequência, por cenas e cenários que nos deixam estarrecidos. Parece que o impossível a todo o instante se torna possível. Porém, confiamos que a arte sábia da não violência, ainda possa nos oferecer cenários espetaculares de convivência digna e feliz. As ideias de Gandhi, que se tornaram realidade há algumas décadas, são ainda possíveis e importantes em nossos dias. Cito algumas:
A honestidade: “Ser honesto é ainda mais importante do que ser pacífico”. O Mestre da não violência, prova que a mentira é a mãe da violência. Mesmo que alguém seja um tanto violento, se for sincero, passará a ser da paz, porque logo vai notar que não há necessidade de recorrer à violência para viver e conviver. Não existe alternativa entre e não violência e a verdade e a falsidade e a violência. Ou, ou... Mesmo ferida, a verdade sempre triunfará.
A interdependência: Certa dose de auto suficiência faz parte natural do ser humano. Porém, esta necessita imperiosamente da interdependência para garantir a integração com a sociedade e o universo. Sem esta integração a pessoa sufoca-se no seu egoísmo que a escraviza.
Cordialidade e verdade: Dificilmente convencemos alguém somente pela verdade. Não podemos apelar apenas para a cabeça. Precisamos conquistar o seu coração. A cordialidade é sempre uma porta que se abre para a verdade ser aceita.
Depor a arma da ganância: o ímpeto de exploração existente nas pessoas leva a negociar armas, como se fosse um mecanismo normal de lucro. O princípio da não violência exige uma completa abstenção da exploração por qualquer motivo.
Liberdade num caminho original: A verdadeira liberdade se conquista num caminho original e não na cultura da maioria massificada. Não se pode ter compromisso com a covardia. A não violência exige bravura, sabendo que esta triunfa sobre a violência.
Investir na força moral: “É a força moral que governará o universo... Se quisermos ser salvos e efetuar uma contribuição substancial ao progresso do mundo, nosso caminho deve ser enfática e predominantemente o da paz”.
Fé intensa em Deus: Não há como investir na não violência sem uma fé intensa em Deus. O poder da graça de Deus dá sustentação à pessoa para a não violência. Deus habita no coração de todos. Não deve haver medo na presença de Deus. O conhecimento da onipotência de Deus implica no respeito pelas vidas de todos.
Ser mensageiro da paz: Gandhi diz que um mensageiro da paz precisa ter um caráter irrepreensível e ser justo. A sinceridade e a bondade são virtudes indispensáveis para um membro da brigada da paz. “A não violência...é a única coisa que a bomba atômica não pode destruir” (Gandhi).
Dentre os tantos e verdadeiros ensinamentos deste “profeta da paz”, apenas acenei alguns. Certamente poderão nos sugerir atitudes humanas e, porque não dizer cristãs, para sermos também agentes ativos da paz em nossos dias.