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Do Corpo Objeto ao Corpo Sujeito
Na história humana confirma-se o complicado trato com o corpo humano. Por séculos se cultivou uma declarada oposição entre corpo e alma. Carregava-se uma acentuada desconfiança do corpo, a quem se tinha que tratar com rigorosas e permanentes punições. Não faltavam opiniões de quem via no corpo uma pesada mochila, que a alma tinha que carregar. Para outros, o corpo se identifica como se fosse todo o nosso "eu", no qual nenhum outro inquilino invisível habita.
De um passado carregado de demônios corporais, passou-se hoje para o outro lado: a idolatria do corpo. Por um corpo padronizado no mercado da beleza, impõem-se rigores alimentares arriscados e práticas, que em tempo algum a ascese conseguiu motivar. As academias se tornaram um negócio rentável na sociedade do corpo forte e saudável. As cirurgias plásticas se multiplicam para resgatar a auto estima. Neste ímpeto de idolatrar o corpo, a publicidade também se aproveita. Para garantir ibope, não se poupam exposições de pessoas à curiosidade dos telespectadores, permitindo a invasão de qualquer privacidade.
Numa sociedade que se diz evoluída, tantos corpos são mal tratados pelo hedonismo sem escrúpulo. O que importa é o prazer sem limites que vai deixando as marcas do descartável e da solidão em multidões silenciosas que se tornam objeto de consumo. Ainda vemos em nossas ruas, corpos caídos e amassados pela violência, pela fome, pelo alcoolismo ou pela dependência química. Continuam os corpos escravos a serviço de animais de estimação e de trabalhos pesados.
Lembro aqui o grito profético de um doente, ao procurar atendimento hospitalar. Por não ter com que pagar e nem plano de saúde, foi colocado no canto de um corredor em cima do papelão. No meio da dor e do abandono ele gritou com toda a força: "Vejam bem que eu não sou uma carcaça! Sou gente!" A este grito de piedade, um bom Samaritano passou pelo doente e, por ser homem de influência, conseguiu internação e atendimento digno.
Toda a vez que se usa e abusa de um corpo humano, ou se olha com indiferença ou malícia, reduz-se a pessoa em miserável carcaça. Somos gente! Para podermos evoluir do corpo objeto ao corpo sujeito, necessitamos resgatar o senso de humanidade. Para isso, necessitamos nos abrir para os verdadeiros argumentos da dignidade que nos veem da fé.
Carregamos em nosso corpo os traços da "imagem e semelhança de Deus"; somos portadores de liberdade e consciência. Somos seres espirituais e não apenas carcaças ambulantes. Tão grande é a dignidade de nosso corpo que, para confirmá-la, Deus enviou seu Filho Jesus que veio revelar seu rosto humano, mas também o rosto divino dos humanos. Nosso corpo não é máquina, nem carcaça, nem menos identificado com um corpo animal movido a instintos.
Nosso corpo é nossa presença no mundo e na história! Ao entrar no mundo, Cristo declara: "Não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste um corpo...Então eu disse: eis que venho, ó Deus para fazer a tua vontade!" (Hb 10,5-6). O corpo nos vincula com o mundo, com os outros e com Deus.
De um passado carregado de demônios corporais, passou-se hoje para o outro lado: a idolatria do corpo. Por um corpo padronizado no mercado da beleza, impõem-se rigores alimentares arriscados e práticas, que em tempo algum a ascese conseguiu motivar. As academias se tornaram um negócio rentável na sociedade do corpo forte e saudável. As cirurgias plásticas se multiplicam para resgatar a auto estima. Neste ímpeto de idolatrar o corpo, a publicidade também se aproveita. Para garantir ibope, não se poupam exposições de pessoas à curiosidade dos telespectadores, permitindo a invasão de qualquer privacidade.
Numa sociedade que se diz evoluída, tantos corpos são mal tratados pelo hedonismo sem escrúpulo. O que importa é o prazer sem limites que vai deixando as marcas do descartável e da solidão em multidões silenciosas que se tornam objeto de consumo. Ainda vemos em nossas ruas, corpos caídos e amassados pela violência, pela fome, pelo alcoolismo ou pela dependência química. Continuam os corpos escravos a serviço de animais de estimação e de trabalhos pesados.
Lembro aqui o grito profético de um doente, ao procurar atendimento hospitalar. Por não ter com que pagar e nem plano de saúde, foi colocado no canto de um corredor em cima do papelão. No meio da dor e do abandono ele gritou com toda a força: "Vejam bem que eu não sou uma carcaça! Sou gente!" A este grito de piedade, um bom Samaritano passou pelo doente e, por ser homem de influência, conseguiu internação e atendimento digno.
Toda a vez que se usa e abusa de um corpo humano, ou se olha com indiferença ou malícia, reduz-se a pessoa em miserável carcaça. Somos gente! Para podermos evoluir do corpo objeto ao corpo sujeito, necessitamos resgatar o senso de humanidade. Para isso, necessitamos nos abrir para os verdadeiros argumentos da dignidade que nos veem da fé.
Carregamos em nosso corpo os traços da "imagem e semelhança de Deus"; somos portadores de liberdade e consciência. Somos seres espirituais e não apenas carcaças ambulantes. Tão grande é a dignidade de nosso corpo que, para confirmá-la, Deus enviou seu Filho Jesus que veio revelar seu rosto humano, mas também o rosto divino dos humanos. Nosso corpo não é máquina, nem carcaça, nem menos identificado com um corpo animal movido a instintos.
Nosso corpo é nossa presença no mundo e na história! Ao entrar no mundo, Cristo declara: "Não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste um corpo...Então eu disse: eis que venho, ó Deus para fazer a tua vontade!" (Hb 10,5-6). O corpo nos vincula com o mundo, com os outros e com Deus.