É sempre desconfortável quando os meios de comunicação anunciam a falta de luz na região onde moramos. Logo pensamos em tudo o que, normalmente a luz não leva a pensar, como: a importância de uma pequena vela para acender, o alimento nas geladeiras, os portões eletrônicos, o não uso dos computadores, o não funcionamento dos elevadores etc...É incrível como, hoje, vivemos uma dependência da energia elétrica e da luz.

Mais desconfortável se torna para as pessoas e a sociedade, uma realidade que tende a se organizar sem a luz de Deus. Sabemos pela história, que o pior dos apagões acontece quando as pessoas se endeusam a si mesmas. Então a liberdade vai criando escravidões, o egoísmo vai se tornando o critério para uma cultura de morte, o que parece ter nome de amor, vira traição e a lei que comanda é a de “quem pode mais, chora menos”.

Para vivermos sem medo de apagão no coração da vida, retomamos o que nos diz São João: “ Deus é luz e nele não há trevas” (1 Jo 1,5). A primeira ação de Deus registrada na Bíblia é a separação da luz e das trevas (Gn 1,3-3). De um mundo caótico surge a manhã da criação. Este é o ambiente da vida querida por Deus. Sentir a luz é participar da presença de Deus que é Luz. Nisto consiste a suprema alegria da alma (Sl 4,7; 31,17; 89,16).

É no ambiente da luz que podemos caminhar com liberdade e confiança, com realismo e esperança, sem medo se ser feliz. Para favorecer o mundo da luz, a história sempre contou com homens e mulheres iluminados e iluminadas. Mas o decisivo da fé, é a certeza de que Cristo veio entre nós e para nós, como o cumprimento das profecias que prometiam a luz do Senhor. “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, para os habitantes da região sombria da morte, uma luz surgiu” (Mt 4, 16).

É o evangelista João que apresenta Cristo como a luz que ilumina a todos os homens (Jo 1, 9). É João que coloca na própria boca de Cristo as palavras de sua auto apresentação: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). Se é importante convivermos com pessoas iluminadas, muito mais é convivermos com Aquele que é a Luz.

Deus, que é Luz e n’Ele não há trevas, garante sua presença, no meio de nós, por meio de seu Filho Jesus, a verdadeira e definitiva Luz que veio para iluminar as nações, (Lc 2, 32). Do alto, o coração misericordioso de Deus, envia o sol nascente para nos visitar, para iluminar os que estão nas trevas e nas sombras da morte” (Lc 1, 78-79).

Na mensagem cristã, a luz é a expressão da verdadeira dimensão religiosa e profunda da existência humana. Tudo se ilumina no encontro com Deus, em Cristo. A vida, o mundo real e a história superam o seu lado opaco e obscuro e tudo passa a ser transparente. A nossa vida cotidiana se transforma em permanente novidade e o tempo sempre é tempo oportuno para novos horizontes de vida e esperança. Nós cremos na LUZ!