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Semana Teológica conclui com debate sobre lei natural e indissolubilidade do matrimônio
Destaques |
Cerimônia de encerramento da atividade
A Paróquia Santo Antônio do Partenon concluiu na noite desta quinta-feira, a 2a. Semana Teológica. Uma cerimônia simples, mas cheia de significado com agradecimentos e a bênção dos certificados com a imagem da sagrada família fechou a atividade de quatro dias de palestras e aprofundamento do tema da Família. A última sessão teve uma mesa-redonda com a participação dos moralistas Pe. José Trasferetti e Frei Adelino Pilonetto, do teólogo Frei Luiz Carlos Suzin e do Diretor da ESTEF, Frei José Bernardi.
Na atividade da noite, os painelistas responderam à questões reprisadas dos três dias anteriores. Questionado sobre o casamento sem a geração de filhos, o Frei Adelino Pilonetto afirmou que "se eliminar um matrimônio que não faz a procriação, seria imoral também gerar uma vida sem amor", porque a comunhão do casal não passa somente pela prole, mas pela relação humana.
O teólogo Frei Suzin destacou que é necessário analisar com maior profundidade o fundamento dado pela igreja para o matrimônio pela lei natural. Segundo ele, a lei natural precisa considerar o ser humano não apenas na dimensão biológica, porque a família de Nazaré foi a mais caótica em termos biológicos: "o Pai não é o que concebeu. Jesus é filho de quem? É a família menos articulada. Deus não escolheu uma família para nascer, Mas, constituiu uma família por sua encarnação". Para Suzin, o texto bíblico do novo testamento não está preocupado com a questão da cama, questão biológica, mas com a mesa. Está preocupado em evangelizar e não com as questões relacionadas à procriação.
Para Suzin, o que é natural para o ser humano é o uso da razão e não a procriação. "É preciso confiar que o ser humano seja capaz de encontrar os melhores caminhos. É natural no ser humano a capacidade de tomar decisões e assumir compromissos livres. É natural da pessoa o exercício da liberdade, inclusive a opção pelo pecado - peca-se quando se sabe o que é e se escolhe pelo erro(opção consciente -. Ele lembrou que São Tomás de Aquino repetia: "o ser humano é criado para ser providência de si mesmo e dos outros". Por isso, a questão do matrimônio precisa considerar outras dimensões da realização humana e não somente a procriação.
Outra questão tratada é se a expressão do Livro do Gênesis - "crescei e multiplicai-vos" - não confere a bênção natural ao casamento? Para o Frei Adelino Pilonetto, a bênção recebida no altar não esquece a lei natural. "A ritualização celebrativa explicita o amor e recorda a bênção natural que toda a criação traz". Sobre o celibato considerado por alguns como agressão à capacidade procriadora, Pilonetto afirmou que "o que importa é o que se faz com a vida. Se o religiosa se fecha, não cultiva a confiança, não se dispõe ao serviço, então estará decretada a falência do celibato. Na humanidade não faltam pais biológicos, mas pessoas sensíveis que são capazes de ajudar a gerar a dignidade humana".
Na última noite da Semana Teológica foi recolocada a discussão sobre a indissolubilidade do matrimônio. Para Frei Suzin, o problema é que esse tema é tratado como fatalidade pela Igreja. Somente a celebração do casamento não assegura a indissolubilidade, que muitas vezes acaba sendo uma carga negativa sobre o casal. "Ela precisa ser pensada num processo humano: uma aposta permanente na confiança que se faz cada dia com perdão, reconciliação. O vínculo precisa ser tornado sólido para sempre. O relacionamento precisa ser tão sólido que o casal deseje estar sempre junto. Quem se separa, se separa com dor, porque o vínculo não estava mais presente". Outro problema apontado pelo teólogo é que, em muitos casos, as pessoas são obrigadas a se manter no sofrimento para sempre. Em nome da justiça do evangelho se pereniza o sofrimento. O casamento é da obra da criação, mas o sacramento, no entanto, só se formou na história muito tempo após a presença de Jesus. "Cristo não defende o matrimônio como vínculo indissolúvel. Jesus condena a arbitrariedade masculina, a dominação patriarcal contra a mulher e não determina a indissolubilidade". Para ele, Jesus defende quem num a relação de conflito é a vítima. "Ele não se preocupa se juridicamente pode ou não pode. Ele toma a posição da defesa da vítima".
Casais participaram da oração inicial
Imagem da Sagrada Família levada pelos jovens
Painel final da Semana Teológica
Alegria da participação
Frei Turra já lançou a Semana Teológica de 2015