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Teólogo defende a necessidade de rever o conceito de Deus
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Público lotou auditório da Escola Rainha do Brasil
A primeira noite da Semana Teológica foi marcada pela profundidade e pela alegria na transmissão do conhecimento de Deus. A palestra sobre a “Vivência da fé no contexto plural de hoje” foi proferida pelo teólogo espanhol, Pe. Alfonso Garcia Rubio, radicado no Brasil desde 1959, professor da PUC Rio, escritor e pesquisador na área de Religião e Modernidade. Usando elementos da psicanálise, ele utilizou a evolução psicoafetiva humana para explicar o processo de amadurecimento da fé.
A primeira fase da fé se caracteriza pelo desejo de onipotência de Deus junto com o desejo de fusão na totalidade representada na figura materna. “Quando a criança fica prisioneira neste estágio tende a se relacionar com Deus cujo poder estaria sempre a serviço do crente, para defender seus interesses e satisfazer seus desejos, alimentando o narcisismo. Esta pessoa confunde Deus com a totalidade materna e fica envolvida com um deus quebra-galho”.
Na segunda fase, a criança projeta na figura paterna o desejo da onipotência. A figura paterna simboliza a necessidade da lei e dos limites. Estabelece uma relação conflituosa de amor e ódio. No âmbito religioso, a pessoa projeta na figura divina uma relação perturbadora, conflituosa e ambivalente por um lado como amparo, apoio e segurança e, por outro, medo, revolta e sentimento de culpa. Esta pessoa tende a ver Deus como absoluto e todo-poderoso, um Deus legislador, juiz implacável e legitimador do poder. “Trata-se de um Deus que exige total submissão. Se a pessoa ficar presa neste estágio, viverá uma religiosidade pautada pelo medo, pela ausência de liberdade e pelo sentimento de culpa”. Rubio afirmou que esse não é o Deus de Jesus Cristo.
Uma fé madura necessita compartilhar a dimensão mística e contemplativa(materna), com a dimensão profética de compromisso e justiça(paterna). O Deus de Jesus Cristo é o Deus amor, onipresente no amor e não na dominação e na manipulação. Para o teólogo, um Deus que não respeita a liberdade, que manipula que é ditador nunca é o Deus de Jesus. O Deus de Cristo é o Deus-amor. Esse é o nosso Deus. “Por isso, temos a necessidade de rever a nossa imagem de Deus”.
Frei Turra e Pe. Alfonso Rubio
Primeira palestra registrou presença de prticipantes de várias regiões da cidade